quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Estresse pode mascarar doenças mais graves

Matéria Jornal da Tarde - 21 de agosto de 2010



Duvidar de dez opiniões médicas não é fácil. Durante um tempo, até os familiares de Bruna Presmic, de 27 anos, acreditaram na explicação que reumatologistas, cardiologistas e neurologistas tinham para o cansaço intenso que ela sentia: “não é nada, é só estresse”. Quase três anos se passaram até que recebesse o diagnóstico correto: miastenia gravis, doença neuromuscular que provoca fraqueza repentina nos músculos.

“Meus pais achavam que tudo era fantasia, que era uma desculpa que eu tinha inventado para deixar de fazer as coisas”, conta. Mas Bruna sabia que havia algo errado com seu corpo. Aos poucos, passou a ter dificuldade para subir os degraus do ônibus e até para pentear o cabelo ou escovar os dentes. Certa vez, depois de uma peregrinação por consultórios, chegou a discutir com um dos médicos. “Disse para ele que não me importava se era psicológico. Queria uma resposta, um tratamento. Se fosse psicológico, que fosse tratado com a mesma seriedade.”

Casos parecidos com os de Bruna, em que sintomas relacionados ao estresse ou à ansiedade mascaram a existência de doenças mais graves, subestimadas pelos médicos, ficaram comuns, de acordo com os especialistas. “Essa visão demonstra certo comodismo por parte dos médicos. Eles até detectam que a doença tem a ver com o estresse, mas não a levam a sério e, por isso, não investigam a fundo e nem prescrevem tratamento adequado”, diz o psicólogo Esdras Guerreiro Vasconcellos, diretor do Instituto Paulista de Stress e professor do Instituto de Psicologia da USP.

Para Vasconcellos, atualmente existe uma banalização do estresse. “Ele passou a ser visto como uma doença de mentira”, acredita. No caso de Bruna, ao constatar a descrença dos médicos e familiares, a saída foi descobrir por conta própria o que havia de ruim com sua saúde. Ela conta que, desesperada, digitou em uma ferramenta de buscas na internet todos os sintomas que apresentava e, assim, chegou a um artigo que falava sobre a miastenia gravis.

Diante da suspeita, Bruna marcou uma consulta com uma investigadora neurológica. Disse a ela: “Sei que o médico não gosta que o paciente dê pitaco, mas eu acho que tenho essa doença”. A médica não descartou a desconfiança e, depois de uma investigação minuciosa sobre o quadro, pediu um exame que poderia identificar a miastenia. O resultado chegou oito meses depois, confirmando as suspeitas da jovem. Foi então que ela começou a fazer um tratamento adequado, que minimizou os efeitos da patologia.

Bruna sabe que a doença não tem cura, mas atualmente, com os remédios de controle, consegue fazer coisas que um dia imaginou distantes para sempre – como desfilar na Sapucaí ou simplesmente tomar um ônibus sozinha. A família dela passou a entender que as limitações dela eram concretas, não apenas “frescura”. “Nunca os culpei por não entenderem muito bem. Ninguém quer tratar o filho como coitadinho.”

Durante o tempo em que o diagnóstico era incerto, contou com a compreensão dos amigos, como Marcos Braga, que a incentivou a buscar tratamento. Foi por causa do apoio recebido que ela decidiu levar força para outras pessoas, criando um blog sobre o tema. Para ela, é fundamental seguir a própria intuição e nunca desistir diante de avaliações médicas superficiais ou subestimadas.

Segundo o psiquiatra Mauro Aranha, conselheiro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), constatar que alguém “só” tem estresse já é um contrassenso. “O fato de a pessoa ser estressada a torna mais vulnerável a ter qualquer outra doença física”, explica o profissional.

Diagnósticos precipitados, segundo ele, vêm de uma tendência de se fazer consultas cada vez mais rápidas, sem que o médico consiga uma visão integral do paciente pelos exames físicos e da observação de seu histórico clínico, situação psicossocial e emoções. “O sofrimento psíquico nunca foi valorizado pelo médico, que tende a levar em consideração apenas os sintomas que têm causas visíveis nos exames.”

10 comentários:

Miguel disse...

Bruna,

Diagnostiquei a MG em abril de 2009, quando fui supreendido por uma ptose palpebral. Nesta ocasião, já não conseguia chutar a bola no futebol dos fins de semana, caía muito e servia de chacota para os colegas de time.
Desde então, tomo Mestinon 4 vezes ao dia e fui submetido a uma timectomia em novembro/2009.
Além disso, descobri na mesma época, uma sarcoidose pulmonar (doença támbém autoimune), que os médicos não sabem se há correlação com a MG. Tomo atualmente 20mg de pednisona para tratamento dessa doença.
Tenho 45 anos de descobri que o estado emocional, pelo menos no meu caso, tem uma influência direta em meus sintomas físicos relacionados à MG. Quanto mais estressado, mais fraco.
Hoje, tenho tentado buscar qualidade de vida em todos os aspectos: profissional, social e principalmente familiar (a família é nosso maior apôio).
Queria te agradecer pela oportunidade de manifertar-me e queria deixar um recado para os miastênicos frequentadores deste blog: Vivam a vida em sua intensidade, pois com ou sem MG, é muito bom estar vivo!
Gostaria de receber contatos:
Miguel
jmiguelcosta@ig.com.br

ArtesaNara disse...

Oi Bruna,
Minha história é muito semelhante à sua. Tinha também muitos sintomas respiratórios, apnéia, pneumonias, passei muitos anos sendo tratada como asmática, e só piorava. Fui diagnosticada há 1 ano e meio. A miastenia ainda está instável, mas só de ter um diagnóstico correto já é meio caminho andado. Também coloquei os meus sintomas na busca na internet, pois passei por todas as especialidades médicas possíveis e não consegui resposta. Com a pesquisa na internet, não só classifiquei os sintomas como também escolhi o profissional que fez o diagnóstico. Seu blog me ajudou muito naquela época e sempre volto aqui para ver se tem novidades. Obrigada pela força!
Abraço.
Nara

Jorge disse...

Olá Nara, Bruna e Miguel,
Como apresento alguns dos sintomas, quero consultar um especialista para, com ajuda dos exames adequados, fechar o diagnóstico. E, se confirmado, iniciar o tratamento.
Qual é a especialidade médica mais indica? Seria neurologia?
Grato
Jorge

Anônimo disse...

ola! meu nome é evelyn alana é apresentei miastenia aos 11anos
qm poderia dizer q uma criança iria ter esta doença, sempre fui muito ativa muito danada msm rsrsr
aos 12 anos descobri MG,na minha primeira consulta o medico fez alguns exames la msm e depois mandou eu compra o mestinon.
bom eu sentiu os msm sintomas q vcs fraqueza, olhos cansados, visão dupla muitoooo , as pessoas diziam que era preguisa pois nao conseguia fazer nada nem comer...
passei um mes no hospital me preparando para a timectomia foi a melhor coisa no momento minha mae sempre do meu lado hj tenho 17 anos ja conheci muitosss miastenicos e me surpreendi em ver como são diferentes os casos tenho uma amiga q morreu a pouco tempo nao foi bm miastenia q a matou mas como a imunidade baixa ela pegou outras doenças e ela teve um problema pulmonar isso levou a morte
mas gente nao desanima, o caso dela foi muito raro eu ja vivo a 5 anos com miastenia e ela nao me atrapalha em nada eu ja trabalhei com meu pai, pratico esporte, tenho uma vida normal e vcs me verem na rua dizem q eu nao tenho nada e é assim q eu me sinto a 5 anos e agora q eu to procurando saber mais sobre esta doença mas peço a todos vcs nao tomem medicamento sem acompanhamento medico,pois eu ja tomei uma superdosagem de mestinon e fiquei muito mau agrediti.
que Deus esta com vcs e ate a proxima a e mais agradeçoa a pessoa que fez este lindo blogg nunca tinha pensado em fzer isso e a Dr.Nise alessandra é qm me acompanha ate hj
beijosss
qm quizer conversa e compartilha essa historia q pode ter certeza um dia vc vai olha para tras e ri de tudo o q viveu
nao fiqui chorando e se lamentando aprenda com isso,jorge procura um nerologista ta ok.ahhh eu moro em manaus gostaria de saber de onde vcs sao?
evelyn.alana14@hotmail.com

Anônimo disse...

Ola pessoal... a 3 meses venho sentindo fraquezas nas pernas e nos braços, mas de umas semanas p ca fikkou quase impossivel subir na escada do onibus e no meu predio, sinto mta falta de ar principalmente a noite, fui ao clinico e ao ginecologista que me encaminharam para o neuro, fiz alguns exames e ainda falta o eletroneuromiografia que vou fazer essa semana, ja estou tomando mestinon mas tenhu crises de falta de ar mto grandes e a vista mto pesada, seria efeito do remedio?? estou sentindo mta vontade de chorar tb todo tempo que falo sobre o q eu tenho eu quero chorar estou com mto medo =( vcs tiveram depressão tb? e falta de ar???
tenho medo de morrer ]=(

Anônimo disse...

Cumprimentos a todos... e as melhoras para os miasténicos.

Miastenia é coisa séria,não é?. Tem qualidades de doença manhosa: incerteza, inconstância e imprevisível.

Tem agavantes.
Mas, agora, só quero falar do cansaço.
O cansaço agrava. O quê? Agrava a miastenia ou os sintomas da miastenia?
Quando pergunto se agrava a miastenia, gostava de saber se faz aumentar os anticorpos nos receptores de acetilcolina; ou se, simplesmente, incomoda mais... agravando os sintomas.

Ainda sou novato nesta doença (manhosa!). Por isso, peço ajuda a todos incluise à Bruna.

Agradeço a atenção.

Anônimo disse...

Boa noite!
Em novembro de 2016 meu filho deve queda da pálpebras, e la então corro em médicos pra saber a causa e, agora esta tomando mestinon 4 vezes ao dia confesso q bem assustada ,já passei por tanta coisa sozinha familia e etc.
Ai quando penso q esta tudo bem descubro q meu filho de 4 anjinhos esta c MG, tendo não demontrar qualquer sentimento.
Mas não esta sendo fácil ver meu filho já tao pequeno tomando tantos remédios e não podendo comer oq ele gosta,mas Sei q ele vai ficar bem e eu tbm pra poder cuidar dele eu amo tanto gostei do blog pois te então tbm nunca tinha ouvido falar de.MG e li alguns desabafo gostei e fiquei muito feliz por encontrar vcs,desejo ha vcs e ao meu filho q Deus traga a cura do MG .
Pois se tem cura pra outros tipos de doenças é pq Deus permitiu então ele vai permitir a cura pra MG tenho muita Fé fiquem c Deus
Meu email
Danieleb_oliveira@hotmail.com

Unknown disse...

Sou miastenica. Tomo mestinon. Estou desesperada pois está faltando o remedio nas farmacias da minha cidade.
Moro em Sobral Ceará
Rua Dr joao do monte 224
Tel 999905541
Por favor me ajude em nome de Jesus!

Unknown disse...

Me ligue

Unknown disse...

Tome mestinon.