Hoje irei informá-los sobre uma doença que
afeta as junções neuromusculares, a miastenia gravis. Essa é uma patologia
autoimune, ou seja, os anticorpos da pessoa afetada passam a atacar estruturas
do próprio organismo. Nesse caso, os alvos desse ataque imunológico são os
receptores nicotínicos de acetilcolina presentes na membrana da célula muscular
pós-sináptica. Os anticorpos ligam-se a esses receptores e os degradam,
impedindo a transmissão do estímulo nervoso por meio de acetilcolina na região
afetada e, portanto, dificultando a contração muscular. O que desencadeia essa
resposta imunológica é ainda desconhecido. A doença é mais comum em mulheres acima
dos vinte anos de idade. Após os sessenta anos, passa a ser mais comum em
homens.
Mesmo
em pessoas não afetadas pela miastenia gravis, nem toda a acetilcolina liberada
encontra um receptor. Quando esse neurotransmissor não se liga a nenhum
receptor, uma enzima chamada acetilcolinesterase quebra as moléculas de ACh. Por
ter uma quantidade reduzida de receptores de ACh, a probabilidade dessa
substância transmissora encontrar um receptor e propagar o impulso é menor no
paciente acometido por essa doença. Assim, há fraqueza muscular e, em exercício
físico, quando há maior exigência de contração, fadiga extrema. Essa fraqueza
muscular pode afetar músculos da face causando problemas como estrabismo, ptose
(queda das pálpebras) e dificuldade na fala. Quando em repouso, o quadro de
cansaço e fadiga melhora, por não haver grande exigência muscular.
O
tratamento pode ser feito por meio de medicamentos ou intervenção cirúrgica.
Uma das possíveis ações de medicamentos para tratar essa doença é a inibição da
acetilcolinesterase, fazendo com que as moléculas de ACh não sejam degradadas e
tenham mais tempo para encontrar receptores disponíveis. Isso gera uma melhora
temporária no quadro de fraqueza muscular e fadiga, havendo necessidade de
aplicações regulares da medicação. Outra possibilidade de atuação do tratamento
por drogas é a supressão imunológica, visando diminuir a degradação dos
receptores. O tratamento cirúrgico, atualmente menos empregado devido à
possibilidade de tratamento farmacológico, consiste na retirada do timo, um dos
órgãos do sistema imunológico. Essa retirada resultaria em uma menor produção
dos anticorpos que atacam os receptores das junções neuromusculares.
Espero
ter esclarecido os mecanismos da miastenia gravis e algumas das formas de
tratamento dessa doença. Para qualquer dúvida ou sugestão, sintam-se à vontade
para fazer comentários. Continuem acompanhando nosso blog e até a próxima
postagem!
Bibliografia:
- retirado do blog: Neurotransmissores, Drogas e Doenças Mentais
2 comentários:
Eu não gosto muito das cirurgias, e queria saber se o tratamento sem ela era efetivo.
Tem alguma clinica de dermatologia no rio de janeiro para que possa consultar de forma pessoal?
Oi, Mariana, não entendi muito bem a sua pergunta...
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