quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Criado método mais sensível para diagnosticar doenças neuromusculares

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Pesquisadores da Famerp e da Suécia utilizam eletromiografia de fibra única para detecção de doenças que afetam a junção neuromuscular, como a miastenia grave


São Paulo - Os pacientes com suspeita de doencas neuromusculares que afetam a junção neuromuscular podem contar agora no Brasil com uma técnica mais sensível para detectá-las.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), em parceria com cientistas da Suécia, estão utilizando a eletromiografia de fibra única para o diagnóstico de miastenia grave – doença neuromuscular que causa fraqueza anormalmente rápida nos músculos voluntários e afeta de 10 a 20 pessoas por milhão por ano.

Desenvolvida no fim da década de 1960 pelo neurofisiologista Erik Stålberg, da Universidade de Uppsala, o método ainda não era utilizado no Brasil devido à falta de pesquisadores que dominassem a técnica, que é bastante complexa.
Para aprender a utilizá-la, o professor João Aris Kouyoumdjian, da Famerp, realizou, em 2006, uma especialização em Uppsala, em que foi orientado pelo próprio professor Stålberg, e iniciou pesquisas sobre a técnica no Brasil.

Nos últimos anos, por meio de um eprojeto de pesquisa realizado com apoio da Fapesp, os pesquisadores da Famerp adquiriram um equipamento para começar a realizar exames em pacientes com miastenia grave, atendidos no ambulatório do Hospital de Base da Faculdade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os resultados da pesquisa, realizada por Kouyoumdjian em parceria com Stålberg, foram publicados em dezembro na revista Muscle & Nerve. Anteriormente, o grupo publicou outros quatro trabalhos sobre a utilização da técnica em pessoas saudáveis para obtenção de valores de referência.

“Esse trabalho representa um marco para a neurofisiologia clínica brasileira. É o primeiro relato acadêmico da utilização dessa técnica em miastênicos no país”, disse Kouyoumdjian.

De acordo com ele, o método é muito eficaz para o diagnóstico da miastenia grave, assim como relatado em outras pesquisas internacionais. Entre os 20 pacientes com miastenia grave examinados no projeto de pesquisa, o método identificou anormalidade na transmissão neuromuscular em 18 deles. “A sensibilidade foi de 90%”, disse.

2 comentários:

Maria Paula Rodrigues disse...

Oi, Bruna!
Adorei conhecer seu blog.
Tenho sintomas que acredito serem compatíveis com MG. Resolvi tomar coragem e falar disso com o médico (mesmo que ele não vá gostar disso, rsrs). Afinal, o que tenho a perder? Perco apenas se ficar do jeito que estou, "ignorando" minhas dificuldades e sem um tratamento que possa me ajudar a viver melhor.
Sua maneira de falar do assunto me deu uma coragem danada.
Valeu!

Presmic disse...

Eu conhece esse medinho de falar o que a gente acha para o médico muito bem, a maioria acha que somos hipocondriacos... mas tem que falar sim, corer atrás até se sentir satisfeita com suas informações!